O Grupo de Reflexão Sobre a Maturidade encerrou na última terça-feira (12/5) mais uma etapa de estudos com uma performance sobre o tema Espiritualidade. O ator e servidor Marcelo Mazo de Oliveira realizou leitura dramática do terceiro ato da peça “Nossa Cidade”, do dramaturgo norte-americano Thornton Wilder.
O primeiro ato apresentava a rotina de duas famílias de classe média de uma pequena cidade do interior. O segundo ato trazia o casamento dos filhos mais velhos dessas famílias e no terceito ato, a jovem esposa (Emily) morre de parto.
Emily é recebida pelos mortos, no cemitério, mas recusa-se a aceitar a morte. Ela recebe permissão para voltar e reviver um dia de sua vida. Começa aí uma viagem no tempo, ela volta e passa a se contemplar desdobrada em sujeito e objeto, ao mesmo tempo viva e morta no dia de seu 12º aniversário.
Essa viagem dá a Emily uma visão inteiramente nova das coisas da vida. Ela verifica que os vivos não compreendem a vida, desperdiçam o tempo sem consciência de quão preciosos são os dias, mesmo os mais insignificantes.
Marcelo sai de cena e entra Rosa Maria do Prado que faz um apelo “se a vida é muito mais do que se consegue perceber, prestem atenção, antes que seja tarde demais”, começa um diálogo animado entre os participantes do grupo.
O Grupo de Reflexão sobre a Maturidade faz parte dos trabalhos desenvolvidos pela Seção de Programas de Saúde e Psicossocial (SUSP), pertencente ao Núcleo de Assistência Médico Social (NUAM) da Justiça Federal em São Paulo, para servidores em vias de se aposentar e aposentados.
Ele foi idealizado e coordenado pela psicóloga Rosa Maria do Prado Oliveira, supervisora da SUSP, e completa amanha (13/5) um ano de trabalho. “O objetivo é refletir sobre o processo de envelhecimento e encontrar meios de viver esta fase da vida de modo saudável”.
A performance de Marcelo e o texto do dramaturgo norte-americano atingiram em cheio os oito aposentados e os dois servidores da ativa, que vão e voltam no tempo em suas histórias de vida, avaliando, aprovando e desaprovando antigas atitudes.
Rosa esclarece dúvidas, “a culpa acontece até os 50 anos. A partir dessa idade espera-se que as pessoas já tenham descoberto qual o sentido de suas vidas e vivam de acordo com o que identificaram. Não cabe culpar mais ninguém”.
Vai orientando os debates, “a depressão acontece quando você está longe de si mesmo, é a perda do contato consigo, então se perde o “sentido do fazer” e de quem se é... A espiritualidade acontece na maturidade, quando ocorre o confronto consigo mesmo... traz a possibilidade de se corrigir valores ...a visão egocêntrica vai sendo gradativamente substituída por uma nova visão e um interesse sincero pelos outros...”
O Grupo de Reflexão sobre a Maturidade reúne-se às terças-feiras, das 10h15 às 11h30, no 1º andar da Rua José Bonifácio, n.º 237, e é aberto a todos os aposentados e servidores – próximos de sua aposentadoria – da Justiça Federal de São Paulo. (DAS)