A juíza federal Paula Mantovani Avelino, que preside o julgamento dos acusados da morte do cacique kaiowá Marcos Veron, suspendeu hoje (4/5), às 17 horas, o Tribunal do Júri.
O Juízo da 1ª Vara Federal Criminal divulgou nota de esclarecimento sobre os fatos ocorridos no Plenário:
“A defesa arguiu a suspeição do intérprete que havia sido indicado pela FUNAI. O Juízo afastou a suspeição, mas determinou que as testemunhas prestassem os depoimentos em português, utilizando o intérprete apenas para os casos em que os depoentes tivessem dificuldade de compreensão de algum termo. Cumpre observar que todos os depoimentos prestados anteriormente por estas mesmas testemunhas no curso do processo foram realizados em português. O Ministério Público Federal, por insistir que os depoimentos fossem prestados em “kaiowa”, inconformado com a decisão, abandonou o plenário. Não cabe aqui a discussão acerca do acerto ou não da decisão proferida. Para isto há os recursos adequados. Lamenta-se, porém, a atitude do Ministério Público de, em absoluta afronta aos princípios democráticos, abandonar o plenário em total desrespeito aos advogados de defesa, aos jurados, aos presentes e à Administração da Justiça, mormente em se considerando os vultosos recursos já empregados por esta Justiça para realização do Júri, desaforado da subseção de Dourados.”
Nova data será redesignada para o Júri e divulgada oportunamente. (RAN)