A juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal, dará início na próxima segunda-feira (21/2), a partir das 11h, ao julgamento dos acusados pelo assassinato do cacique guarani-kaiowá Marcos Veron, no interior de Mato Grosso do Sul.
O crime aconteceu entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003 no município de Juti, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul. Na ocasião, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram nos líderes indígenas, incluindo o cacique Veron, que na época tinha 72 anos. Ele foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.
Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e Carlos Roberto dos Santos, por homicídio consumado (motivo torpe e meio cruel). Eles respondem também por crime de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Foragido, o acusado Nivaldo Alves Oliveira, teve seu processo desmembrado e suspenso.
O caso foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do MPF por dúvida quanto à isenção dos jurados locais. Os crimes tiveram repercussão internacional, pois se tratou do assassinato de uma reconhecida liderança indígena Guarani-Kaiowa, que lutava pelo direito de seu povo à terra ancestralmente ocupada.
Atuam na acusação o procurador regional da República da 3ª Região Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, o procurador da República em Mato Grosso do Sul Marco Antônio Delfino de Almeida e os procuradores da República em São Paulo Rodrigo de Grandis e Marta Pinheiro de Oliveira Sena.
O Júri acontecerá no piso esplanada do Fórum Federal Criminal Ministro Jarbas Nobre, na alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 25, Cerqueira César, São Paulo. Devido ao espaço reduzido do local, apenas quatro assentos foram reservados para imprensa. Esses lugares serão ocupados mediante ordem de chegada e distribuição de senha no dia do evento. Somente gravação de áudio será autorizada. (RAN)