O juiz federal Herbert Cornélio Pieter de Bruyn Júnior, da 3ª Vara Federal em Santos/SP recebeu denúncia contra 64 pessoas acusadas de participar de um esquema de fraude no concurso de agente da Polícia Federal, realizado em 13/9/2009.

O juiz desmebrou o processo em dez ações penais, por considerar o número elevado de acusados na denúncia, a complexidade dos fatos, a possibilidade de separação dos acusados em núcleos para fins de apuração da verdade real, além do fato de parte dos réus estarem atualmente presos (sete em presídios e dois em prisão domiciliar).

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), um policial rodoviário federal que trabalhou na sede do Núcleo de Operações Especiais (NOE), da 6ª Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal, em São Paulo reproduziu um caderno de prova sem causar suspeitas, pois sempre era chamado para consertar computadores na unidade.

No mesmo dia, o policial entregou sua cópia a um casal líder do esquema de fraude, um advogado e uma psicopedagoga. Outros dois advogados teriam corrigido a prova e o gabarito preparado na véspera do teste e repassado no mesmo dia aos candidatos interessados, pelo casal e pelo filho deles.

Segundo o MPF, os candidatos compravam os gabaritos da quadrilha por valores que variavam entre R$ 10 mil a R$ 100 mil. Entre os beneficiados há 12 servidores da Polícia Civil de São Paulo, nove advogados, um PM e um oficial de promotoria. A grande maioria dos beneficiários é da Baixada Santista e da capital, mas há candidatos do interior de SP e do Rio de Janeiro.

Entre os diversos crimes que os réus responderão estão: estelionato contra a União, peculato (furto praticado por servidor público), violação de sigilo funcional, quadrilha, corrupção passiva, ativa e receptação. A decisão é do dia 4/10. (VPA)