Com o tema “Comunicação Não Violenta – uma nova (antiga) forma de se comunicar”, o consultor organizacional Luciano Lannes encerrou ontem (22/3) o “Ciclo de Palestras Gerenciais” promovido pelo Núcleo da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores (NUES), e voltado para os servidores da Seção Judiciária em São Paulo.
Luciano Lannes iniciou sua exposição ressaltando que a violência verbal, aquela usada no dia a dia das pessoas, pode ser até mais agressiva do que a própria violência física. Apresentou um panorama histórico da comunicação interpessoal para explicar porque usamos tantas palavras e formas agressivas de comunicação nos dias atuais. “Muitos dos nossos comportamentos tiveram origem nos ancestrais, como o homosapiens 250 mil anos atrás. De lá para cá construímos um repertório emocional que carregamos até hoje, incluindo os conflitos na comunicação”.
Como lidar com pessoas difíceis? O consultor explica que ir do conflito para o confronto é muito fácil e que o segredo está em evitar esse confronto. “Não temos que ser ‘tolerantes’ com essas pessoas, mas temos de respeitar a opinião delas sabendo ouvir o que elas têm a dizer”.
Luciano Lannes entende que temos dois objetivos na vida: aumentar a felicidade e diminuir a dor. Quando um desses objetivos é prejudicado pelo interlocutor, é grande a possibilidade de se iniciar uma atitude violenta na comunicação. “Nesse caso, os principais alvos são os familiares e amigos íntimos, depois os amigos distantes e os colegas de trabalho e, por fim, os colegas distantes e os estranhos”.
O consultor explicou que a violência na comunicação tem um caráter cíclico, ou seja, passa de uma pessoa para outra até voltar à sua origem, numa sequência contínua, a menos que alguém quebre esse elo. Além disso, na maioria das vezes, é direcionada a quem não tem nada a ver com o real problema vivenciado pelo autor da agressão. “Isso acontece em 99% dos casos, principalmente quando envolve amigos distantes e colegas de trabalho”.
Pessoas com imagem negativa de si próprio, baixa autoestima, inflexíveis nas crenças e valores e, ainda, imaturas são as mais propícias a agirem com violência na comunicação.
Como mudar essa atitude negativa num possível confronto? “Manter a calma, respirar pausada e profundamente, conectar-se com o outro e indagar o que está ocorrendo com ele, são atitudes que podem evitar seu envolvimento numa comunicação agressiva”, diz Luciano.
“Nascemos para ser feliz e nossa felicidade depende da satisfação de algumas necessidades básicas: conectividade com os outros, segurança (física e emocional), nutrição, celebração, autonomia e reconhecimento são as principais premissas da comunicação não violenta”, ressaltou.
O palestrante finalizou sua exposição apontando cinco passos para serem seguidos: treinar o ouvido (ouvir mais); ser observador e não fazer julgamento; conectar-se com o sentimento do outro; descobrir suas necessidades; e fazer um pedido que possa ser atendido pelo outro. Essas são atitudes que podem ajudar para uma comunicação não violenta. (RAN)
Fotos: Hélio C. Martins Júnior / Edson Barbosa