Como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher, teve início no dia 8/3 o projeto desenvolvido no Laboratório de Inovação da Justiça Federal de São Paulo (iJuspLab) “Descobrindo a Magistratura Federal”, que contou com a participação de estagiárias de Direito dos fóruns da capital e Grande São Paulo e de estudantes convidadas. A desembargadora federal Therezinha Cazerta, presidente do TRF3, conduziu a abertura do evento que foi realizada no Plenário do Tribunal.
Em um tom descontraído, a presidente do TRF3 falou com as estudantes sobre a carreira de juíza e compartilhou experiências pessoais que a levaram a seguir na profissão. “A magistratura é uma carreira que nos realiza e nos traz muito sentido. Acredito que temos dentro de nós o sentido de Justiça, de amor ao próximo, de solidariedade, de fazer o bem à comunidade e de cuidar das pessoas“, ressaltou Therezinha Cazerta.
Na ocasião, cada uma das participantes teve a oportunidade de se apresentar, falar o local em que trabalha, qual semestre do curso de Direito está cursando e também a faculdade onde estuda. Em seguida, desembargadoras do TRF3 e juízas da JFSP conduziram pequenos grupos de estagiárias para os respectivos gabinetes, onde puderam realizar um bate-papo sobre o trabalho das magistradas, o papel social da profissão, desafios e as conquistas diárias.
Um desses grupos esteve com a juíza federal Louise Vilela Borer, da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo/SP. “Foi muito especial trazer as estagiárias aqui para o nosso ambiente. Conversamos de maneira bem informal e, aos poucos, elas foram se soltando e fizeram várias perguntas interessantes. Elas conseguiram perceber que têm toda a possibilidade de um dia ingressar na magistratura. Essas jovens são o futuro, têm muitas ideias e vontade de trabalhar, de crescer e de fazer a diferença. Para mim foi muito enriquecedor estar com elas”, destacou a magistrada.
As participantes também falaram sobre o que sentiram ao participar do projeto. “Eu gostei muito dessa experiência. Vemos os juízes no fórum, mas nem sempre temos a possibilidade de conversar com eles dessa maneira. Eu já tinha um grande desejo de ingressar na magistratura e depois dessa experiência isso aumentou ainda mais”, afirmou a estagiária Thaís Silva.
Na opinião da participante Isabel Chagas, o fato de as estagiárias terem sido convidadas para iniciar o projeto foi um excelente incentivo pessoal. “Achei muito interessante ouvir o relato das desembargadoras e das juízas que falaram sobre os desafios que enfrentaram até conseguir chegar à magistratura, nos encorajando a não desistir. Elas tiveram muita determinação e foco e por isso alcançaram os seus objetivos”, avaliou a Isabel.
As estudantes de Direito, Tamires Rencis e Jéssica Costa, também destacaram o quanto a participação no evento mudou a visão que tinham sobre o trabalho das juízas, além da importância da inserção da mulher nessa profissão e do papel social desempenhado.
O projeto “Descobrindo a Magistratura Federal” foi desenvolvido com a participação de desembargadoras, juízas, servidores, laboratoristas e também de estudantes de Direito, que fizeram sugestões e críticas para o aprimoramento do protótipo inicial. O objetivo foi encontrar maneiras de aumentar a participação das mulheres na magistratura e a representatividade feminina no Poder Judiciário.
“Acredito que esse seja um projeto importante porque abre as portas da Justiça para que as estudantes conheçam o trabalho das magistradas e se interessem em seguir a carreira. No Laboratório, vimos por meio de pesquisas que há um desinteresse das mulheres pela profissão devido a vários fatores. Nosso objetivo é estimulá-las a querer abraçar essa carreira assim como nós quisemos”, pontuou a desembargadora federal do TRF3, Inês Virgínia.
O evento foi promovido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região e pela Justiça Federal de São Paulo, em parceria com a Comissão Ajufe Mulheres. Outros encontros estão previstos para ocorrer nas próximas semanas de março em comemoração ao mês da mulher. (JSM)
Fotos: Jefferson Messias