Teve início ontem (12/8) o julgamento de cinco réus acusados do assassinato de um policial federal em 2013 e da tentativa de homicídio qualificado contra outro agente, durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas na zona rural de Bocaina/SP. O Tribunal do Júri está sendo presidido pelo juiz federal Samuel de Castro Barbosa Melo, da 1ª Vara Federal de Jaú/SP.
No primeiro dia, foram ouvidas sete testemunhas de acusação, além do policial que sobreviveu ao ataque dos criminosos. As testemunhas de defesa foram dispensadas porque tanto a acusação, quanto a defesa não quiseram ouvi-las.
A sessão foi retomada hoje (13/8), às 9h da manhã. Sete peritos criminais foram ouvidos e os cinco réus interrogados. Os próximos passos do Júri serão os debates, leitura dos quesitos, reunião dos jurados em sala secreta e, por fim, a leitura da sentença.
O caso
De acordo com a denúncia, a Polícia Federal havia recebido informações de que, na noite do dia 25/9/2013, uma aeronave carregada com grande quantidade de cocaína pousaria em uma pista rural no município de Bocaina. Com isso, vários agentes se dirigiram até o local a fim de executar a ação planejada para pegar os bandidos e apreender a droga.
Quando o piloto do avião iniciou o procedimento de pouso, os integrantes da quadrilha que davam apoio no solo usaram os faróis dos carros para iluminar a pista. Uma das viaturas se posicionou próximo à alça de acesso à pista de pouso, enquanto as demais foram em direção à aeronave que havia pousado, iniciando uma intensa troca de tiros. Em seguida, o piloto tentou decolar com o avião, mas não conseguiu atingir a altura necessária e caiu a cerca de 200 metros, causando a explosão da aeronave. Ele conseguiu sobreviver.
Um dos veículos da quadrilha tentou fugir pela alça de acesso que estava bloqueada pela viatura onde estavam os dois policiais. Os bandidos atiraram várias vezes e um dos disparos acabou atingindo o agente Fábio Ricardo Paiva Luciano, que veio a falecer. Parte dos criminosos conseguiu fugir a pé pelo canavial e outros usaram veículos, mas foram presos depois, inclusive o piloto do avião. Em um dos carros utilizados pelo bando, foram encontrados fuzis, pistolas, coletes à prova de bala e diversas munições.
Para o Ministério Publico Federal (MPF), autor da ação, ainda que as diligências não tenham especificado quais dos integrantes da organização teriam sido responsáveis diretamente pelos disparos efetuados contra os policiais federais, há provas suficientes de que os denunciados concorreram, direta ou indiretamente para o crime.
Processo nº 0000954.18.2014.403.6117