É um processo extremamente natural, normal, “saudável” desinente de PERDAS DE QUALQUER NATUREZA que se manifesta pelo sentimento de ausência, de dor, de sofrimento e de saudade.
O LUTO pode ser patológico?
A partir de 2002, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (APA) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), o luto prolongado, impossibilitando a pessoa de retomar as atividades da vida cotidiana plena, foi reconhecido como transtorno mental.
“O luto prolongado possui sintomas semelhantes aos da depressão e da ansiedade. A diferença é o fator motivador para o sofrimento. No luto prolongado, a perda sempre será o gatilho. A psicóloga e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Samantha Mucci, explica que no processo de luto natural, a perda é marcada pela dor aguda que com o passar do tempo vai sendo ressignificada, diferente do que acontece no luto prolongado”. “Há momentos em que a pessoa vai ficar mais voltada para a perda e, em outros, onde ela vai retornar à sua vida de trabalho e estudos. Quando esse indivíduo fica muito voltado para a perda e não consegue retomar a vida e se reintegrar com lembranças, podemos pensar num processo de luto prolongado”, detalha: durante a infância, o cuidado também é essencial. “Até os 10 anos de idade a criança não tem compreensão de como a morte funciona, ela acha que a pessoa ainda pode voltar, então acaba criando fantasias e pensamentos mágicos”, explica Samanta, que acrescenta que transtornos do humor que não são tratados na infância e na adolescência contribuem para que na vida adulta, o indivíduo apresente uma predisposição maior para o desenvolvimento de doenças físicas e transtornos de saúde mental”. Sintomas: entre crianças e adolescentes o luto prolongado geralmente vem acompanhado de sentimentos de abandono e rejeição. Nessa fase, alguns sinais devem ser observados: ficar isolado; ficar mais retraído; apresentar dificuldade de concentração; apresentar dificuldade de socialização; apresentar sofrimento agudo. O luto sempre está atrelado a perdas, mas não está relacionado somente à morte. A perda de vínculos familiares pela separação dos pais, por exemplo, também pode ser gatilho para o luto prolongado. Na vida adulta, os principais sintomas do luto prolongado estão relacionados a: dificuldade de concentração; dificuldade de produção; sentimento de desvalorização da vida; sentimento de incapacidade. “No adulto, a dor está muito mais ligada à vontade de viver ou não e à vontade de produzir. A pessoa começa a ter sintomas como perda de libido, de desejo, de vontade de namorar, de ter vida pessoal. Ele vai se isolando também, como a criança e o adolescente, mas com uma intensidade diferente”, esclarece a psicóloga”. (texto adaptado, informações extraídas do site do Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/luto-prolongado-e-um-transtorno-mental-segundo-a-organizacao-mundial-da-saude).
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